quarta-feira, 8 de junho de 2011

I AMsterdam

Apesar do dia corrido e agitado, arrumei trinta minutos para dar uma volta pelo coração de Amsterdam esta tarde. Da Damplein (Praça Dam) onde trabalho, virei a esquerda, em direção da Kalverstraat, onde todas as lojas do mundo parecem ter uma sede. Evitei todas elas (inclusive a nova coleção de bolsas da Zara!). Dobrei a esquerda novamente, para evitar a multidão de turistas que ainda insistem em dobrar a direita, e visitar a aerea mais feia e suja da cidade: de Wallen, ou o bairro da luz vermelha. Foi atravez de uma das centenas de becos da cidade que cheguei aos canais mais famosos e elegantes da Holanda; o Singel, Keizergracht e Princegracht. Nessas ruas, (que são cortadas ao longo por canais, por isso o no nome) estão situadas sedes de bancos, embaixadas, consulados e a casa do prefeito de Amsterdam. Nestes canais respirei o ar fresco que paira por Amsterdam no final da primavera.

Este lado da Capital é tão tranquilo e original! Ai se os turistas soubessem... nunca mais colocariam os pé no De Wallen também conhecido como o Red Light District. Só do lado direito da cidade avista-se os verdadeiros Amsterdammers, ou melhor, os moradores de Amsterdam. Entre lojas conhecidas, vê-se loja de todos os tipos e gostos. Uma vez vi uma loja que vendia armações de óculos usadas!

No meio do passeio escuto o sino da igreja Westerkerk tocando, misturado com barulho das sinetas do bonde (avisando pedestres e ciclistas para sairem do caminho!) e misturado com som das centenas de bicicletas passando para lá e para cá. Esta é a verdadeira música de Amsterdam. Todos os dias a mesma música mas todos os dias com notas diferentes.

Apertei o passo para direita, em direção da famosa Westerkerk. Famosa, pois no livro O Diario de Anne Frank, a holandesa mais famosa do mundo conta que escutava do som desta igreja da casa no Princegracht, onde ela se escondeu com a famíla e outros amigos judeus no periodo de 1942 a 1945, antes de ser presa e deportada para Auschwitz. Nesta campo de concentração ela morreu aos 15 anos de idade.

Da Westerkerk são mais 5 minutinhos até o meu trabalho.

Respiro fundo mais uma vez o ar fresco de Amstedam. Olho para as pessoas passando ao meu lado. Avisto alguns turista, tirando fotos, andando e vagar e aprecisando a cidade que para mim, por muitos anos, foi um sonho de adolescente. Aos 15 anos de idade, ao ler O Diário de Anne Frank (um livro que foi esquecido por um desconhecido em minha casa e que por algum motivo começei a ler) falei para mim mesma:” Um dia, vou conhecer Amsterdam, pois de alguma forma conheço esta cidade.“
E aqui estou eu, todos o dias, pegando o trem bem cedinho em direção ao trabalho, mas ao invez disso, pego o trem em direção para meu sonho.... todos os dias.

I AMsterdam !

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